•CATARINA, A GRANDE (1729 – 1796)

  • CATARINA,      A GRANDE (1729 – 1796)

Catarina II foi imperatriz da Rússia de 1762 a 1796. Continuou a política do czar Pedro, O Grande, com a centralização do governo, a introdução da cultura da Europa Ocidental e a expansão do território russo.


Catarina não era natural da Rússia, nascera em Stettin, na Alemanha, era princesa e chamava-se Sofia Augusta Frederica. Foi trazida para a Rússia pela imperatriz Isabel, para se casar com o herdeiro do trono. Foi aceite na Igreja Ortodoxa Russa, em 1774, como uma das condições do casamento, adoptando o nome russo Catarina Alexeyevna. Casou com o futuro Pedro II, em 1745. Catarina considerava o marido como incapaz para governar e pouco depois de se tornar czar, em 1792, destronou-o com a ajuda do seu amante, Gregory Orlov, e da guarda real do palácio. Logo a seguir Pedro foi assassinado.

 

Catarina era muito competente sob o ponto de vista político, seguindo a tendência da época, de um governo forte e personalizado, o que significava ditadura, o absolutismo europeu. Embora promovendo diversos homens, habitualmente seus amantes, a cargos de autoridade, foi sempre dona de si mesmo e responsável tanto pelas modernizações levadas a cabo na Rússia durante o seu reinado, como pelas crueldades praticadas. A política de Catarina era uma mistura estranha de duas filosofias diferentes. Admiradora pública do Iluminismo da Europa Ocidental. Movimento este que se desenvolveu no Século XVIII, à volta de novas teorias científicas de homens como Isaac Newton, e de filósofos como René Descartes e do inglês John Locke. Estas baseavam-se na razão e não na religião ou na tradição, e na ideia de que o comportamento humano seguia regras e padrões como Newton demonstrou que a natureza seguia. Essas ideias estiveram por detrás do desenvolvimento do Estado moderno no Século XVIII, com um serviço civil profissional e códigos legais regulares. Foi também a base do absolutismo, que tinha como objectivo fortalecer a autoridade central acima de grupos independentes da Igreja e da Nobreza.

 

Catarina alargou o controlo real a todas as zonas da Rússia que governava e não apenas às duas capitais, São Petersburgo e Moscovo, como anteriormente. Modernizou e liberalizou a economia e saqueou as terras da igreja. Os padres tornaram-se pouco mais que outra forma de funcionários públicos. Introduziu reformas sociais sugeridas por iluministas da Europa Ocidental e o seu reinado assistiu a um grande fluxo de cultura Ocidental na Rússia. A ópera italiana, a filosofia francesa e os costumes ocidentais. Tornou permanente a introdução da língua francesa feita por Pedro, O Grande como a língua oficial da corte. Ao mesmo tempo, contudo, aderiu aos métodos dos seus antecessores. A grande massa do povo russo eram camponeses pobres, ao contrário das suas réplicas em França e na Inglaterra, eram ainda servos, isto é, propriedade dos seus senhores, que podiam fazer o que queriam deles. Catarina nada fez para melhorar a sua condição difícil, na verdade até aumentou em grande parte o seu número ao estender a servidão ás zonas que conquistava e ao aplicá-la aos que trabalhavam no que tinham sido as terras da igreja.

 

Apesar das suas tentativas para concentrar toda a autoridade nas mãos da Coroa e na organização do Estado, controlado pela Coroa. Catarina aumentou de facto a independência da nobreza. Todos os cargos principais do funcionalismo público estavam reservados aos nobres, e esta medida foi um grande entrave a qualquer tentativa de diminuir o seu poder. Foram as classes inferiores que sofreram. Os senhores podiam condenar os servos a trabalhos pesados, sendo proibidas queixas dos servos contra os seus senhores sob a pena de serem chicoteados com o cnute, um terrível chicote, e a prisão perpétua. O resultado foi o descontentamento entre as classes esperançadas pelo aparente liberalismo de Catarina, e os povos conquistados como os Polacos e os Cossacos, que trouxera para o sistema russo. A pior revolta foi a rebelião de Pugachev, entre 1773 e 1774, que foi esmagada com extrema crueldade e com o derramamento de muito sangue. O líder, um cossaco chamado Pugachev, foi trazido para Moscovo numa jaula e o seu corpo quebrado na roda com chicotadas. A seguir foi decapitado, tiraram-lhe os membros e foi queimado. Nos negócios estrangeiros, Catarina conquistou terras à Turquia, na costa do Mar Negro, incluindo a Crimeia, e participou em três divisões sucessivas da Polónia, depois das quais o país deixou de existir. A Rússia estendia-se numa área de mais de quinhentos mil quilómetros quadrados e sete milhões de habitantes, e foi o facto de estar equilibrada em relação á Ásia pela extensão do poder, no Século XIX, que fez da Rússia o grande país que é hoje. Os seus generais, Suvorov e Potemkin, um dos seus amantes. Mereceram serem conhecidos em toda a Europa nas campanhas contra a Turquia e a Revolução Francesa, a que Catarina se opôs da mesma forma que se opôs ao liberalismo no seu país. O pensador russo liberal mais importante da época foi exilado para a Sibéria.

 

Pessoalmente, Catarina era uma pessoa encantadora e sensual sendo ao mesmo tempo cruel, severa e pouco escrupulosa, possuindo uma grande quantidade de astúcia política, aliada a uma grande inteligência. Era uma mulher incontrolável, pelo menos contam-se vinte e um amantes conhecidos, mas havia muitos outros. As suas vitórias militares e o luxo da sua corte obteve o cognome de, A Grande, durante a sua vida. Quando tomou posse das províncias do Mar Negro, a sua armada estava decorada como a de Cleópatra, a famosa rainha egípcia, e era esperada por muitos monarcas europeus. A Rússia já era uma potência europeia.

CATARINA 01

CATARINA 02

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